Reino Unido e UE selam novo pacto pós-Brexit para fortalecer relações após abandono de Trump

Em Resumo

Reino Unido e União Europeia selam acordo histórico de defesa e comércio em Londres, cinco anos após o Brexit, visando reforçar a segurança e facilitar exportações, em meio a tensões globais.

Um Novo Capítulo Pós-Brexit

Nove anos após o referendo do Brexit, o Reino Unido e a União Europeia (UE) celebraram, em 19 de maio de 2025, uma cúpula histórica em Londres, marcando uma reaproximação estratégica. Liderada pelo premiê britânico Keir Starmer, a reunião na Lancaster House, com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, António Costa, resultou em acordos que redefinem as relações bilaterais, com foco em defesa, segurança e comércio. O evento é visto como um marco para superar as tensões pós-2020, quando o Reino Unido deixou oficialmente a UE.

Parceria de Defesa e Segurança

O destaque da cúpula foi a Parceria de Segurança e Defesa, que permite ao Reino Unido participar de missões militares da UE e integrar reuniões ministeriais. Este acordo abre portas para empresas britânicas, como BAE Systems e Rolls-Royce, acessarem um fundo de 150 bilhões de euros da UE, o “Ação de Segurança para a Europa” (Safe), voltado para rearmamento e cooperação militar. A guerra na Ucrânia e a redução do compromisso dos EUA com a segurança europeia, sob a administração Trump, aceleraram a necessidade dessa colaboração.

Facilitação do Comércio e Pesca

Além da defesa, o acordo facilita o comércio ao reduzir a burocracia nas exportações de alimentos, com alinhamento às normas sanitárias e fitossanitárias da UE. Estima-se que isso gere 9 bilhões de libras (R$ 68 bilhões) à economia britânica até 2040. Em troca, a UE garantiu acesso às águas britânicas para pesca por mais 12 anos, até 2038, uma decisão que gerou críticas de setores pesqueiros e da direita britânica, incluindo o Partido Conservador e o Reform UK.

Impactos Geopolíticos e Desafios

A reaproximação ocorre em um contexto de instabilidade global, com a guerra na Ucrânia e a postura protecionista de Donald Trump forçando a Europa a repensar sua segurança. Apesar dos avanços, questões como mobilidade juvenil e acesso a portões eletrônicos nos aeroportos europeus não foram resolvidas. O acordo, embora celebrado, enfrenta críticas internas no Reino Unido, com acusações de “rendição” à UE, especialmente por aceitar a supervisão do Tribunal de Justiça da UE.

Conclusão

O acordo entre Reino Unido e UE marca um ponto de inflexão nas relações pós-Brexit, promovendo cooperação em defesa e comércio em um momento de incertezas globais. Embora represente um avanço, os desafios políticos internos e a necessidade de negociações adicionais indicam que a reaproximação será um processo contínuo. Para o Reino Unido, liderado por Starmer, o pacto é uma tentativa de equilibrar soberania e benefícios econômicos, enquanto a UE reforça sua posição estratégica na Europa.

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